sábado, 30 de abril de 2011

Resultados das eleições presidenciais em Cabo Verde

Depois da abertura política, Cabo Verde já teve quatro eleições presidenciais. Em 91 e 96 António Mascarenhas Monteiro venceu com o apoio do MpD, à data no poder. Pedro Pires foi eleito em 2001 e confirmado em 2006. 

Os dados aqui veiculados foram disponibilizados pelo projecto African Elections Database.


Eleições presidenciais de 1991 (17 de Fevereiro)



Eleições presidenciais de 1996 (18 de Fevereiro)



Eleições presidenciais de 2001 (11 e 25 de Fevereiro)


Eleições presidenciais de 2006 (12 de Fevereiro)


sexta-feira, 29 de abril de 2011

Agenda para o fim-de-semana: Três candidatos em pré-champanha pelo Fogo


Em período de pré-campanha, os três candidatos anunciados às próximas eleições presidenciais vão estar este fim-de-semana no Fogo, ilha que está em festa.

Manuel Inocêncio Sousa, Jorge Carlos Fonseca e Aristides Lima, participam nas comemorações do dia do município e da bandeira de São Filipe. 

Inocêncio foi o primeiro a chegar, na quinta-feira. Jorge Carlos Fonseca chega hoje e Aristides Lima, aterra na ilha amanhã.

Em declarações à agência Inforpress, o edil local, Eugénio Veiga (PAICV) mostrou honrado pela presença dos candidatos.

Presidente do PAICV admite no Facebook "alguma tensão" interna pela escolha de Inocêncio Sousa


O presidente do PAICV admitiu ontem à noite, na sua página no Facebook, que a decisão do conselho nacional do seu partido em apoiar Manuel Inocêncio Sousa na corrida para o cargo de Presidente da República está a causar "alguma tensão" no seio 'tambarina'.

Através de um post publicado no seu mural, que mereceu já mais de quatro dezenas de comentários, José Maria Neves afirma esperar "que tudo venha a acalmar-se quanto todos tiverem completo conhecimento do processo" que levou o órgão interno do partido no poder a escolher "o cidadão Manuel Inocêncio Sousa como candidato a apoiar".

A página do Facebook de José Maria Neves pode ser consultada aqui.

Perfil: Aristides Lima

Aristides Lima, ex-presidente do Parlamento, foi o terceiro candidato a oficializar a entrada na corrida às eleições presidenciais deste ano em Cabo Verde, rompendo com a vontade partidária do PAICV, a que pertence desde 1974.

Antigo jornalista e professor de Português, Aristides, natural de Sal-Rei (ilha da Boavista), onde nasceu há 52 anos, é Mestre em Direito pelas universidades alemãs de Heidelberg e Manheim, em cuja dissertação obteve a classificação de "Muito Bom".

Do alto do seu metro e noventa, Aristides Lima foi secretário-geral do PAICV entre 1993 e 1996, ano em que se candidatou a primeiro-ministro e em que seria derrotado pelo Movimento para a Democracia (MpD), que venceria as legislativas pela segunda vez em outras tantas votações no pós abertura ao multipartidarismo.

Antes de entrar na política a fundo, em 1974, Aristides Lima recusou uma bolsa para fazer os estudos superiores em Portugal, optando por aderir ao PAICV, e abraçando, na fase inicial da independência, a carreira de jornalista - no extinto "Voz di Povo" - mudando para a administração pública em 1976, onde chegou a ser conselheiro jurídico do então presidente cabo-verdiano Aristides Pereira.

Adepto de futebol, tem no Sport Lisboa e Benfica uma das suas paixões.

com base em informações da Agência Lusa

Perfil: Manuel Inocêncio Sousa

Licenciado em Engenharia Civil e mestre em Engenharia Sanitária, Inocêncio Sousa, natural do Mindelo (ilha de São Vicente), onde nasceu a 22 de Junho de 1951 (59 anos), manifestara já há muito a intenção de candidatar-se à Presidência da República.

Apesar de ser membro da Comissão Política do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) desde 1988, só no último Congresso ascendeu a uma das três vice-presidências da maior força política de Cabo Verde.

Ministro cessante de Estado, Infraestruturas, Transporte e Telecomunicações, o trabalho desenvolvido desde 2002 à frente do ministério permitiu-lhe maior visibilidade política e popular.

Acompanhando sempre José Maria Neves, que fazia questão de lhe dar protagonismo na inauguração das infraestruturas, Inocêncio Sousa lançou as bases da candidatura às presidenciais em 2010, mas sempre defendeu que só avançaria se contasse com o apoio do PAICV.

Inocêncio Sousa chefiou a diplomacia entre 2001 e 2002 e passou para a tutela das Infraestruturas logo depois, acumulando, ao longo dos anos, as pastas dos Transportes, do Mar e das Telecomunicações e recebendo ainda o "título" de Ministro de Estado.

Foi deputado na IV e V Legislaturas, e, dentro do PAICV, é, desde 1988, membro da Direção Nacional, da Comissão Política e da Comissão Permanente.


com base em informações da Agência Lusa

Perfil: Jorge Carlos Fonseca

Jorge Carlos Fonseca, advogado e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, é o candidato que o Movimento para a Democracia (MpD, oposição) vai apoiar às eleições presidenciais deste ano.

Advogado e constitucionalista, Jorge Carlos Fonseca foi ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde entre 1991 e 1993, levando o arquipélago, pela primeira vez, ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Nas presidenciais de 2001 candidatou-se como independente, mas não chegou a passar à segunda volta, disputada entre Carlos Veiga e Pedro Pires.

Um dos protagonistas da transição democrática, Jorge Carlos Fonseca, natural do Mindelo (ilha de São Vicente), onde nasceu a 20 de Outubro de 1950, foi um dos fundadores do Partido da Convergência Democrática (PCD), em 1994, e foi seu vice-presidente até 1998.

Licenciado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa, Mestre em Direito (Ciências Jurídicas) pela Faculdade de Direito de Lisboa, escritor, advogado e jurisconsulto, "Zona" foi o primeiro a assumir-se como candidato às presidenciais em Cabo Verde, anunciando-se como tal a 2 de dezembro de 2010.

Entre 1977 e 1979 exerceu o cargo de Secretário Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde. Actualmente, além da advocacia, é diretor do Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais, na Cidade da Praia.

com base em informações da Agência Lusa

quinta-feira, 28 de abril de 2011

2011: O ano das eleições presidenciais em África

Em 2011, Cabo Verde não está sozinho na eleição do Chefe de Estado. Dezassete outros países africanos devem realizar (ou já realizaram) eleições presidenciais. Recuperamos e adaptamos um trabalho anteriormente publicado no Expresso das Ilhas e efectuado pela jornalista Sara Almeida.
  
 Cabo Verde

Pedro Pires, figura histórica e primeiro-ministro de Cabo Verde após a independência, foi eleito Presidente da República em 2001 e reeleito em 2006. Este ano Pedro Pires vai passar o testemunho e o seu sucessor será escolhido por escrutínio universal. Ainda não há uma data concreta para a realização das eleições.

República da África Central

François Bozizé Yangouvonda conquistou a vitória na primeira volta das eleições presidenciais, que se realizaram em 23 de Janeiro de 2011. Bozizé assumiu a presidência depois de um golpe de estado contra Ange-Félix Patassé. Em 2005, foi eleito foi alargado pela Assembleia Nacional.


Uganda

No dia 18 de Fevereiro decorreram eleições no Uganda. Yoweri Museveni, no poder há 25 anos, venceu o escrutínio com 68 por cento dos votos. No país, Museveni é bastante popular por ter conseguido dar alguma estabilidade a um país com um passado violento. Além disso, há 20 anos que a economia se encontra em pleno crescimento.


Benim

As eleições presidenciais na República do Benim tiveram lugar a 6 de Março. Yayi Boni venceu a corrida e conseguiu assim alcançar o seu segundo mandato, depois de em 2006 ter sucedido ao general Kerekou, no poder durante 30 anos. Boni enfrentou 13 outros candidatos.


Níger

A segunda volta das eleições no Níger teve lugar a 12 de Março. Mahamadou Issoufou (PNDS -Tarayya) disputo e venceu a corrida com o seu principal adversário, Seini Oumarou, candidato do partido do ex-Presidente Mamadou Tandja (MNSD).Em Fevereiro de 2010, um golpe de estado militar depôs o até então Chefe de Estado.


Nigéria

A Nigéria foi terça-feira a votos. Goodluck Jonathan, que assumiu o poder depois da morte do Presidente Umaru Yar'Adua, é o candidato do PDP (Partido Democrático Popular), que governa o país desde 1999. Segundo a revista East Africa, as eleições nigerianas serão as mais seguidas pela comunidade internacional. 


Djibouti

As eleições presidenciais realizaram-se dia 8 deste mês. Ismaïl Omar Guelleh foi reeleito para um terceiro mandato. Guelleh está no poder desde 1999 e voltou a vencer depois de, em 2010, ter mudado o número de mandatos permitidos pela Constituição. O seu antecessor foi Hassan Gouled Aptidon.


Chade

O Chade é um dos países com mais corrupção do mundo, e a política não é excepção. O país é um dos maiores produtores de petróleo, encontrando-se, no entanto, no fundo da lista da ONU referente ao desenvolvimento humano. As eleições presidenciais, agendadas para Abril, foram adiadas e deverão ocorrer em Maio.


Seicheles

James Alix Michel subiu à presidência em 2004, quando o anterior presidente, France-Albert René (que governou o país desde 1977 ) abandonou o cargo. Em 2006, foi reeleito e procura agora um segundo mandato. Tudo aponta para que, em Julho, Michel conquiste de novo a presidência.


São Tomé e Príncipe

Em 2011, Fradique de Menezes completa o seu segundo mandato e, por isso, deverá abandonar a presidência depois das eleições de Julho. Patrice Trovoada, actual Primeiro-Ministro e filho do ex-presidente Miguel Trovoada, e Manuel Pinto da Costa são os candidatos com mais possibilidades.


Madagáscar

Madagáscar vai a votos em Julho. Ou talvez não. Desde que a presidência foi entregue a Andry Rajoelina, em Março de 2009, que ele agenda eleições que depois adia. Recorde-se que Rajoelina subiu ao poder, depois de Marc Ravalomanana ter sido forçado a abandonar o cargo de presidente.


Gâmbia

Em Setembro é a vez de a Gâmbia acolher eleições presidenciais. Yahya Jammeh, presidente desde o golpe de estado de 1994, anunciou que não se vai recandidatar no final deste mandato (o seu terceiro). Isto porque, segundo a East African, Jammeh quer ser coroado rei! Caso o seja, não terá de voltar a eleições.


Zâmbia

Em 2008, o então presidente da Zâmbia, Levy Mwanawasa, faleceu e Rupiah Banda, seu vice-presidente, subiu ao poder. No mesmo ano realizaram-se eleições, das quais Banda saiu vencedor. Nestas eleições de 2011, a luta pelo poder deverá ser, igualmente, entre estes dois protagonistas.


Camarões

Nos Camarões, as eleições estão marcadas para Outubro, e estes é um dos casos que a comunidade internacional acompanha com reservas. Paul Biya chegou ao poder em 1982. Em 2004 realizou eleições, das quais saiu vencedor com 70% dos votos. Acredita-se que sairá vencedor destas eleições. 


Libéria

Quando Ellen Johnson-Sirleaf se candidatou em 2006, anunciou que concorreria apenas a um mandato. No entanto, a sua popularidade tem ganhado força - houve inclusive petições para que a presidente concorresse a um segundo mandato - e Sirleaf vai recandidatar-se nas eleições de Outubro.


República Democrática do Congo

Na RDC as eleições estão marcadas para Novembro. O actual presidente é Joseph Kabila, que em 2001 sucedeu ao seu pai Laurent-Désiré Kabila, após a morte deste. Em 2006 o país foi a votos e Joseph Kabila foi eleito presidente. Acredita-se que volte a vencer as eleições por uma larga margem.


Zimbabwe

As eleições no Zimbabwe, ainda não são dadas como certas e só serão realizadas após referendo. Robert Mugabe está o poder em 1987. Os dois principais partidos concordaram ir a votos em 2011, mas o estado económico e político do país é caótico e tudo pode acontecer até ao final do ano.


Egipto

O Egipto tinha eleições marcadas para Setembro, no entanto, com revolta civil que depôs o presidente Muhammad Hosni Sayyid Mubarak a data deverá ser mudada. Calcula-se que seja possível realizar o escrutínio ainda este ano, mas ainda não há datas concretas. Mubarak deixou o poder a 11 de Fevereiro.




quarta-feira, 27 de abril de 2011

Entrevista a Aristides Lima

O Expresso das Ilhas fecha hoje o ciclo de entrevistas que realizou aos candidatos presidenciais. Aristides Lima é o entrevistado e faz manchete na edição desta semana.


Os outros destaques do jornal, nas bancas a partir desta quarta-feira, podem ser lidos aqui.

O Guia do Cidadão Eleitor

Em Maio de 2010 a Comissão Nacional de Eleições publicou um "Guia do Cidadão Eleitor". O manual explica de forma clara e sucinta o modo de funcionamento do sistema político cabo-verdiano, já com as alterações introduzidas pela revisão constitucional de 2009. Um dos capítulos é sobre o Presidente da República, seus poderes e eleição. 

Eis um excerto do que por lá é dito:



 O Guia completo está disponível para download no site da CNE.

terça-feira, 26 de abril de 2011

As palavras que eles mais usam...

O Expresso das Ilhas tem vindo a publicar a primeira série de entrevistas aos candidatos já assumidos para as eleições presidenciais deste ano. Primeiro, Jorge Carlos Fonseca. Depois, Manuel Inocêncio Sousa. O ciclo ficará completo com Aristides Lima. 

Entretanto, fizemos um pequeno exercício: recuperámos os textos das duas primeiras entrevistas e contámos as dez palavras que foram mais vezes usadas pelos candidatos.


Palavras mais usadas por Jorge Carlos Fonseca: Candidatura (17); MpD (12); Presidente (12); Apoio (11); Governo (9), Partido (8); Sociedade (7); Nacional (6); Trabalho (6); Pessoas (5). No caso deste candidato existiam outras palavras com cinco ocorrências, nomeadamente  "Candidato" e "Estruturas".



Palavras mais usadas por Manuel Inocêncio Sousa: PAICV (18); Candidatura (17), Presidente (10), Desenvolvimento (10); Sondagem (8); Portugal (8); Cabo Verde (7); Processo (6); Apoio (5), Contexto (5).


A contagem de palavras foi feita de forma automática por um software específico para esse efeito. Não foram consideradas palavras entendidas como irrelevantes, por exemplo: "que", "de", "mas", "depois", etc. Previamente, foram excluídas as perguntas do jornalista, o título da notícia e a introdução, de maneira a que restassem apenas as respostas do candidato. 

Já agora, as entrevistas podem ser lidas (ou relidas) na edição online do Expresso das Ilhas, aqui e aqui


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Inquérito

O Presidente Pedro Pires ainda não anunciou a data das eleições que servirão para escolher o seu sucessor. De acordo com as novas normas constitucionais, saídas da última revisão, em 2009, as presidenciais não podem ter lugar nos 180 seguintes às legislativas. Contas feitas, isso empurra a data da votação para nunca antes de 7 de Agosto.

Eis o mote para o primeiro inquérito do nosso blogue, disponível na barra lateral. A pergunta que colocamos à sua consideração é: 

Qual o melhor mês para a realização das eleições?
Agosto, Setembro ou Outubro?

Pode votar até às 0:00 de 9 de Maio.

Bem-vindo

Imagem © Wscalea
Em poucos meses Cabo Verde voltará às urnas. Depois das eleições legislativas de Fevereiro, os cabo-verdianos serão chamados a escolher o sucessor de Pedro Pires no cargo de Presidente da República. 

O Expresso das Ilhas abre hoje este espaço de diálogo sobre as presidenciais. O blogue Presidenciais CV 2011, que agora começa o seu caminho, funcionará até algum tempo depois do dia que vier a ser escolhido para a votação. Traremos notícias, nossas e dos outros, sobre os candidatos e sobre o processo eleitoral. 

Deixaremos espaço para a opinião. Criámos um e-mail (presidenciaiscv2011@gmail.com) que está disponível para todos quantos queiram questionar, comentar ou reflectir sobre o tema. Poderá escrever e enviar o seu artigo, sendo que a sua publicação fica sujeita à aprovação da redacção do Expresso das Ilhas. O e-mail também serve para criticar, questionar, sugerir e aplaudir (porque não?). 

Na barra lateral funcionará sempre um inquérito. Por não se tratar de um estudo científico, os seus resultados não devem ser extrapolados para outro âmbito que não aquele em que foi criado. 

Também na barra lateral existem links de subscrição por e-mail ou RSS, para que não perca nenhuma nova publicação. 

Este blogue é um espaço plural, participado e participativo. Procuremos sempre o equilíbrio entre as diferentes candidaturas.

Os leitores são livres de comentar as mensagens aqui publicadas. Os comentários são moderados, pelo que serão excluídos todos os comentários ofensivos e difamatórios, anónimos ou não. O mesmo se aplica em relação aos textos enviados por e-mail.

Last but not least, o blogue Presidenciais CV 2011  é apenas aquilo que deve ser: um blogue (se o que procura é um jornal digital, então experimente o Expresso das Ilhas Online!)

Posto isto, bem-vindo e boas leituras.