quinta-feira, 28 de abril de 2011

2011: O ano das eleições presidenciais em África

Em 2011, Cabo Verde não está sozinho na eleição do Chefe de Estado. Dezassete outros países africanos devem realizar (ou já realizaram) eleições presidenciais. Recuperamos e adaptamos um trabalho anteriormente publicado no Expresso das Ilhas e efectuado pela jornalista Sara Almeida.
  
 Cabo Verde

Pedro Pires, figura histórica e primeiro-ministro de Cabo Verde após a independência, foi eleito Presidente da República em 2001 e reeleito em 2006. Este ano Pedro Pires vai passar o testemunho e o seu sucessor será escolhido por escrutínio universal. Ainda não há uma data concreta para a realização das eleições.

República da África Central

François Bozizé Yangouvonda conquistou a vitória na primeira volta das eleições presidenciais, que se realizaram em 23 de Janeiro de 2011. Bozizé assumiu a presidência depois de um golpe de estado contra Ange-Félix Patassé. Em 2005, foi eleito foi alargado pela Assembleia Nacional.


Uganda

No dia 18 de Fevereiro decorreram eleições no Uganda. Yoweri Museveni, no poder há 25 anos, venceu o escrutínio com 68 por cento dos votos. No país, Museveni é bastante popular por ter conseguido dar alguma estabilidade a um país com um passado violento. Além disso, há 20 anos que a economia se encontra em pleno crescimento.


Benim

As eleições presidenciais na República do Benim tiveram lugar a 6 de Março. Yayi Boni venceu a corrida e conseguiu assim alcançar o seu segundo mandato, depois de em 2006 ter sucedido ao general Kerekou, no poder durante 30 anos. Boni enfrentou 13 outros candidatos.


Níger

A segunda volta das eleições no Níger teve lugar a 12 de Março. Mahamadou Issoufou (PNDS -Tarayya) disputo e venceu a corrida com o seu principal adversário, Seini Oumarou, candidato do partido do ex-Presidente Mamadou Tandja (MNSD).Em Fevereiro de 2010, um golpe de estado militar depôs o até então Chefe de Estado.


Nigéria

A Nigéria foi terça-feira a votos. Goodluck Jonathan, que assumiu o poder depois da morte do Presidente Umaru Yar'Adua, é o candidato do PDP (Partido Democrático Popular), que governa o país desde 1999. Segundo a revista East Africa, as eleições nigerianas serão as mais seguidas pela comunidade internacional. 


Djibouti

As eleições presidenciais realizaram-se dia 8 deste mês. Ismaïl Omar Guelleh foi reeleito para um terceiro mandato. Guelleh está no poder desde 1999 e voltou a vencer depois de, em 2010, ter mudado o número de mandatos permitidos pela Constituição. O seu antecessor foi Hassan Gouled Aptidon.


Chade

O Chade é um dos países com mais corrupção do mundo, e a política não é excepção. O país é um dos maiores produtores de petróleo, encontrando-se, no entanto, no fundo da lista da ONU referente ao desenvolvimento humano. As eleições presidenciais, agendadas para Abril, foram adiadas e deverão ocorrer em Maio.


Seicheles

James Alix Michel subiu à presidência em 2004, quando o anterior presidente, France-Albert René (que governou o país desde 1977 ) abandonou o cargo. Em 2006, foi reeleito e procura agora um segundo mandato. Tudo aponta para que, em Julho, Michel conquiste de novo a presidência.


São Tomé e Príncipe

Em 2011, Fradique de Menezes completa o seu segundo mandato e, por isso, deverá abandonar a presidência depois das eleições de Julho. Patrice Trovoada, actual Primeiro-Ministro e filho do ex-presidente Miguel Trovoada, e Manuel Pinto da Costa são os candidatos com mais possibilidades.


Madagáscar

Madagáscar vai a votos em Julho. Ou talvez não. Desde que a presidência foi entregue a Andry Rajoelina, em Março de 2009, que ele agenda eleições que depois adia. Recorde-se que Rajoelina subiu ao poder, depois de Marc Ravalomanana ter sido forçado a abandonar o cargo de presidente.


Gâmbia

Em Setembro é a vez de a Gâmbia acolher eleições presidenciais. Yahya Jammeh, presidente desde o golpe de estado de 1994, anunciou que não se vai recandidatar no final deste mandato (o seu terceiro). Isto porque, segundo a East African, Jammeh quer ser coroado rei! Caso o seja, não terá de voltar a eleições.


Zâmbia

Em 2008, o então presidente da Zâmbia, Levy Mwanawasa, faleceu e Rupiah Banda, seu vice-presidente, subiu ao poder. No mesmo ano realizaram-se eleições, das quais Banda saiu vencedor. Nestas eleições de 2011, a luta pelo poder deverá ser, igualmente, entre estes dois protagonistas.


Camarões

Nos Camarões, as eleições estão marcadas para Outubro, e estes é um dos casos que a comunidade internacional acompanha com reservas. Paul Biya chegou ao poder em 1982. Em 2004 realizou eleições, das quais saiu vencedor com 70% dos votos. Acredita-se que sairá vencedor destas eleições. 


Libéria

Quando Ellen Johnson-Sirleaf se candidatou em 2006, anunciou que concorreria apenas a um mandato. No entanto, a sua popularidade tem ganhado força - houve inclusive petições para que a presidente concorresse a um segundo mandato - e Sirleaf vai recandidatar-se nas eleições de Outubro.


República Democrática do Congo

Na RDC as eleições estão marcadas para Novembro. O actual presidente é Joseph Kabila, que em 2001 sucedeu ao seu pai Laurent-Désiré Kabila, após a morte deste. Em 2006 o país foi a votos e Joseph Kabila foi eleito presidente. Acredita-se que volte a vencer as eleições por uma larga margem.


Zimbabwe

As eleições no Zimbabwe, ainda não são dadas como certas e só serão realizadas após referendo. Robert Mugabe está o poder em 1987. Os dois principais partidos concordaram ir a votos em 2011, mas o estado económico e político do país é caótico e tudo pode acontecer até ao final do ano.


Egipto

O Egipto tinha eleições marcadas para Setembro, no entanto, com revolta civil que depôs o presidente Muhammad Hosni Sayyid Mubarak a data deverá ser mudada. Calcula-se que seja possível realizar o escrutínio ainda este ano, mas ainda não há datas concretas. Mubarak deixou o poder a 11 de Fevereiro.




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